sexta-feira, 11 de junho de 2010

:: Um Review Vez Em Quando

Tenho que admitir, não vi muitos de seus filmes mas eu gosto da câmera de Roman Polanski e gosto do jei como ele conta histórias. O único senão é que seus filmes seriam melhores alguns minutos mais curtos. De um modo geral eu gostei de "The Ghost Writer", seu mais recente e já premiado longa de suspense.

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A trama é simples. Um escritor britânico (Ewan McGregor) um pouco frustrado sobrevive de ghost-writer para subcelebridades até que oferecem a chance uma vida - as memórias de um ex-Primeiro-Ministro (Pierce Brosnan) que caiu em desgraça por suas atitudes duvidosas em relação a políticas anti-terroristas à margem da legalidade e que vive nos EUA enquanto prepara sua biografia. Com o aparente suicídio do predecessor, o Escritor tem que finalizar a obra. O elenco aind atem a Esposa (Olivia Willians), a Assistente (Kim Catrall) e a Figura Sinistra (Tom Wilkinson). Dentre outras participações famosas menos importantse para a trama.

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Polanski tem um cacoete que muitos devem odiar mas eu acho interessante: filmar cenas completamente banais mas que o expectador atenta para o caso de serem fundamentais para o caso. Quase nunca são. Ao mesmo tempo esse recurso faz com que você perceba nuances na vida dos personagens transmitidas pelas pessoas ao seu redor. Outro fator que me agrada é o que posso batizar de Curiosidade-Suicida-AutoImune de seus heróis. Não são exatamente pessoas virtuosas e até meio covardes mas o impulso de escarafunchar segredos é a força da engrenagens de suas ações. Eles se borram de medo das consequências mas simplesmente não podem evitar ir mais e mais fundo no mistério.

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Com a acusação de Crimes de Guerra pairando sobre a cabeça do Primeiro-Ministro, o enredo toma ares de espionagem internacional que o Escritor tenta desvendar mas que, sem surpresas, falha miseravelmente por não entender de verdade como isso funciona e entender o que o sistema é capaz de fazer para manter o sistema funcionando. Sua pressa em resolver os mistérios da casa o tornam imprudente e alvo fácil para os verdadeiros manipuladores de informação que só são revelados - óbvio - no bom final que pode até desagradar aos otimistas mas que, para mim, pareceu bem realista.

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Com essas poucas palavras sem spoiler, digo que "The Ghost Writer" vale a pena ser visto no cinema onde o som e o climão de suspense maximizam a experiência de intriga e traição em torno de um segredo contido nas páginas de um livro banal mas que pode - potencialmente - revelar um escândalo do qual EUA e Inglaterra talvez nunca se recuperem.

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