--xx--
Eu estou muito interessado na casquinha de siri. É a primeira vez que provo. Ainda não esto pronto para o vinho branco, sou menino para essas coisas. Uns dois ou três goles e começo a ficar tonto. Melhor ficar só na pepsi twist. Adoro o Baixo Gávea, aqui vejo de tudo e, querendo, não vejo nada. É como a Vila Madalena, só que (muito) menor. Tem uma produtora do meu lado falando do trabalho. Parece gente boa, trabalha naquele programa dominical da Globo. Ela olha pra mim e faz uma pergunta curiosa.
--xx--
"Não entendo a dificuldade em captar gente pra aparecer a TV", digo. Ela responde que as pessoas não parecem estar dispostas a passar 2 meses de suas vidas isoladas e ter seus pensamentos teledifusados. O brasileiro não parece tão exibicionista assim. Penso por um momento que realmente eu mesmo não iria parar tudo só pela fama. Ela volta a conversar com as amigas, que também estão ansiosas para palpitar sobre o tal programa e também saber as fofocas dos artistas que circulam nos bastidores. Pelo visto, o padrasto daquela celebridade anda comendo a menina mesmo.
--xx--
As coisas mudaram um pouco. O programa foi grande sucesso e deu início a uma corrente de outros, com níveis diferentes de audiência. O nome finalmente foi decidido - "No Limite". Gerou celebridades instantâneas de data de validade baixa. Para o brasileiro, o anonimato passa a ser cruel como a pobreza e status. As redes sociais estão aí para provar. Meu gosto também mudou, eu prefiro agora caldo de feijão no bar e adquiri certa preferência por vinho branco bem gelado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário