quinta-feira, 28 de maio de 2009

Um Gadget às Sextas

Numa bolsa de mulher não há lugar para objetos demais além dos já 57 ítens básicos de simples sobrevivência para elas. Pensando nisso, a Kosmos Project uniu praticidade e glamour a um dos utilitários femininos mais comuns e assim surgiu Knucle-Comb, um mix de pente e soco inglês.



Para aqueles momentos embaraçosos quando um mauricinho incoveniente puxa seu cabelo na balara, o estuprador em potencial lhe acoxa num canto escuro e para arrumar a bagunça que fica nos fios, momentos depois.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Uma Arma às Quartas

Num curso de etiqueta, é comum se aprender a função de diversos talheres, os diferentes tipo de colher e quando usá-las. É provavél que meu leitor {um cavalheiro contemporâneo} já esteja habilitado a saber qual a faca de carnes normais e qual a de peixes e quando usá-las apropriadamente. Em todo o caso, para complementar sua educação, é necessário também perscrutar outros tipos como, a seguir, os vários tipos de Facas de Combate que você poderá encontrar como apêndice em qualquer livro de Glorinha Kalil e táticas afins.

1) Assim como à mesa... uma faca de combate pode ter diversas versões e usos. Existem alguns modelos de observação obrigatória.

Mesmo que você possa {numa emergência} cortar peixes, estripar mamíferos e cortar gargantas com qualquer lâmina afiada, a Faca de Sobrevivência foi desenhada para facilitar diversos tipos de operação assim e muito mais. Um exemplo é a famigerada faca estilo Bowie usada por John Rambo nos filmes e imortalizada desde então. Apesar de não ser das melhores.



Naqueles chatíssimos eventos... onde a habilidade com este utensílio é imprescindível, é muito provavél que você seja obrigado a utilizar um Ka-Bar 1905. Uma adorável lâmina de 7 polegadas, feita de aço-carbono ou cro-van, e cabo de couro lavado prensado. Uso padrão dos fuzileiros americanos e outras agremiações militares.



Em combates corpo-a-corpo na Alemanha, um incauto turista pode se deparar também com a KM2000, faca de combate de apenas 320 gramas, 17 centímetros de lâmina com corte à laser em aço inox e cabo de polímero, feita segundo normas da OTAN.



Outra alternativa para o combatente silencioso são as variações da Fairbairn-Sykes, em especial a Gerber Mark II. O que a distigue das outras facas é que esta não tem nenhuma outra eficiência que não seja matar pessoas. É tão famosa que já foi usada em filmes como Aliens e Mad Max.



Outro modelo curioso, é uma combinação mortal de utilidade e praticidade ao caçar ou inutilizar um oponente. Os modelos Tracker, cujo desenho segue a linha das facas dos praticantes de kali silat {sim, você conhece... Jason Bourne, Caçado, A Grande Arte...}, são na prática facas de sobrevivência.



Para fechar sua educação em dispositivos perfurocortantes para usar em casa ou em público, a Balisong é uma opção mais exótica. Também chamada de "Borboleta" é mais comum em tabacarias e lojas japonesas do que nas mãos de alguém. A menos que você seja estudado no manuseio deste armamento de artes marciais filipinas, é mais fácil que alguém o tome de você antes que consiga abrir.



2) Como se portar socialmente... numa luta de facas e não cometer gafes irreparáveis. A primeira coisa que você precisa saber num corpo-a-corpo envolvendo este tipo de arma é que você vai se cortar. E vai doer. E você pode morrer, mesmo ganhando. Sendo assim, a melhor estratégia é terminar o mais rápido possível. Qualquer embate que leve mais de 2 ou 3 golpes não vai terminar de modo satisfatório.

3) Dicas práticas para o dia-a-dia... dê preferência, dentre todas as "pegadas", que se pode chamar de "Pegada Reversa". Faça a linha cega da lâmina próxima ao seu antebraço. É considerada por alguns como amadora mas não dê ouvidos, a chance de alguém te desarmar cai bastante e causar ferimentos nesta pegada é uma questão de movimentação de pulso e não de força. Num modo de grip normal eu consigo desarmar um oponente com apenas um movimento. Neste eu ainda não sei. E isso já diz alguma coisa.

Não é porque você se sentiu ofendido que deve revidar proporcionalmente. Uma boa maneira de findar um combate antes que ele chegue às últimas consequências para qualquer um dos lados é mais fácil do que parece. Caso seja possível, ataque primeiro e corte a fronte do adversário ponta-a-ponta. Se o fluxo sanguíneo subsequente não apavorar o oponente, digamos que uma literal cascata de sangue descendo pelos olhos já é o suficiente para minar consideravelmente sua vontade de levar adiante.

--X--

Ensinei algumas destas táticas e outras mais para Dorothy e ela reclamou que elas só inutilizam, desarmam ou atrasam o oponente. Não aprendeu nenhuma que matasse. Respondi que inviabilizar a agressão de, digamos, um possível estuprador já era defesa suficiente. Mas a verdade é que eu não quero ter que esconder todas as facas de casa quando quiser sair com os amigos à noite sem avisar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Um Serviço Secreto às Terças

Não importa o quanto a CIA tenha um enorme orçamento*, que o SAS seja absurdamente selvagem e com operativos duros de matar ou mesmo que o Mossad seja mais temido e implacável. É com a criança nascida desses três que eu teria realmente cuidado.

O Vezarat-e Ettela'at va Amniat-e Keshvar, também conhecido nas rodas de samba como VEVAK, a agência de inteligência do Irã, substituiu a SAVAK no início dos anos 80 como principal força para assuntos internacionais e domésticos do país. É tida por analistas como uma das maiores e mais ativas comunidades de espionagem no mundo e, mesmo assim, aposto que nunca ouviu falar dela - até agora. E é exatamente aí que está sua força.

Até porque, considerando suas principais atividades, eu também gostaria de ser bem low profile. Desde sua criação, a VEVAK já foi acusada de se envolver em mais de 450 casos de terrorismo, espalha desinformação sobre os inimigos, possui um sem-número de fachadas pelo mundo todo {instituições financeiras, construtoras, setor agrícola} e nas horas vagas espiona, sequestra e mata dissidentes que possam denegrir a imagem do Irã.



Tradução: "Corra que a VEVAK vem te pegar, vem te pegar..."

Uma força desse nível não se cria sozinha é claro. No passado distante de SAVAK, seu treinamento e fundos vieram das principais agências do planeta... americanas, britânicas e - yeap! - israelenses. E como sempre, what goes around comes around, o VEVAK vem dando dor de cabeça aos seus vizinhos judeus há muito tempo.

--X--

Nesse exato momento, a VEVAK já deve ter detectado este texto do cão infiél blogueiro e provavelmente considerando se morrerei acidentalmente enforcado ou por um ataque de embolia injetando um seringa de ar na minha corrente sanguínea. As opções são várias e vou deixar por conta da criatividade deles.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

COVERT OPS | by øø7

Espionagem. Táticas. Etiqueta para o dia-a-dia

Ao voltar para casa, depois de uma noite de pouca diversão, nenhum sexo e muito dinheiro gasto, a última coisa que um cavalheiro moderno precisa é perder a chave de casa. Mesmo que seja apenas para penetrar silenciosamente o quarto de traficante sul-americano, acessar o almoxarifado para pegar algumas resmas de papel extra para sua impressora em casa ou pegar suas coisas de volta antes que sua futura ex-namorada queime tudo ou jogue fora... pode ser útil entender como uma fechadura comum funciona e como abri-la.

--X--

1) Entenda o cilindro
Fechaduras comuns possuem um mecanismo de cilindo, linha de corte e pinos - ou seja, como quase tudo, uma senha mecânica que apenas a chave correta, teoricamente, pode decriptar.



Na prática, o que a chave faz é alinhar os pinos dentro do tambor que,abaixo, estão em vermelho. Uma vez que é inserida:



2) O que você precisa?
Se o seu orçamento estiver apertado, é possível abrir uma fechadura apenas com dois grampos de cabelo, mas se você quiser realmente ter estilo, é bom ter sempre este lock-picking credit card à mão.



3) Fazendo a mágica
Insira um dos grampos ou tira metálica para usar como alavanca de tensão, e vire levemente pro lado da chave. Isso aciona o tambor para os pinos ficarem prontos para saltar pra cima do alinhamento. Depois enfie o segundo grampo com a ponta em formato de gancho.



Comece a levantar levemente os pinos, um a um, sempre mantendo a pressão com a alavanca de tensão, até que você você escute um estalido, que significa que o pino sendo mexido está na posição correta e não caíra de volta. Quando todos os pinos estiverem posicionados, gire o tambor com a alavanca de pressão e abra a porta.

--X--

Desnecessário dizer, isso requer prática. Felizmente existem um sem-número de eventos onde você pode treinar suas habilidades... como... envenenar o cachorro barulhento da vizinha quando ela não está, assistir o futebol na Sky da casa do seu amigo enquanto ele malha na academia... as possibilidades são infinitas.

Claro que numa emergência, é mais fácil colocar um pouco de explosivo plástico C-4 feito em casa na porta e explodi-la.

Hm... eu já ia esquecendo que ainda não ensinei como fazer C-4 em casa para emergências. Fica para a próxima vez?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Uma Arma às Quartas

Nada como descobrir que algo que estava fora de moda há tempos de repente se torna vintage. Primeiro foram as músicas dos anos 80, logo depois as roupas dos anos 90... no cinema, o rock dos anos 70 sempre tem sua vez. Mas no mercado da morte, algumas peças nunca saem de moda.

O hit do momento é o Snayperskaya Vintovka Dragunova, conhecido na roda de samba por Rifle Dragunov {ou SVD}.



O bom e velho Dragunov é design e criação da década de 60 mas em comparação a alguns feios e estrambólicos rifles sniper atuais parece que ainda nem foi inventado. Com peso de quase 5kg, munição 7.62,54mm, capacidade de 20 rounds, excelente empunhadura, supressor de flash, disparo de aproximadamente 800m/s e alcance efetivo de 800m - podendo chegar a 1km - o SVD pouco mudou com os anos sendo uma das mais populares armas de disparo à distância ainda hoje. Mesmo não sendo a melhor ou mais precisa.



Mesmo que o Dragunov seja mostrado em 9 a cada 10 filmes de hollywood sobre o assunto, seu retorno à mídia se deve mais pelo uso do rifle {na verdade, uma variante chamada de Al-Kadeish} na guerra do iraque pelas mãos do inimigo. Um dos vídeos mais procurados sobre o assunto, em Bagdá, é o de Juba... suposto sniper iraquiano que afirma ter eliminado cerca de 130 soldados, uma bala por vez. Para o caso de ninguém acreditar na sua palavra, Juba {ou um esquadrão de snipers que usam o mesmo nome para causar medo} disponibiliza na internet seus feitos.



Recentemente, Hugo Chavéz encomendou um carregamento de 5 mil desses aparatos, alegando ser de uso exclusivo psra ordem e paz.... yeah, right... como se vê, não é apenas no sistema de governo ditatorial que o venezuelano vai buscar inspiração na década de 60.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Um Serviço Secreto às Terças

Você conhece o Kama Sutra. É provável que já tenha provado arroz ao curry. Acredito que já tenha ouvido falar do estranho culto ao hamburguer às vacas. E, depois de Slumdog Millionaire e a novela das oito da globo, você acredite saber quase tudo sobre a India.

Mas existe uma coisa que nem a novela, o cinema ou o cozinheiro do seu restaurante hindu favorito vão te contar... a India também possui um discreto e relativamente eficiente serviço de inteligência cujo maior expoente se chama Research And Analysis Wing.. ou como eles preferem se chamar.. o R&AW.

O R&AW seria, a grosso modo, o equivalente à CIA e ao SIS britânico, cujos operativos tem o objetivo de monitorar o desenvolvimento militar e político dos países vizinhos - em especial seu rival nuclear, o Paquistão. No caso de Gloria Perez não ter mencionado ainda entre um beijo e outro da Juliana Paes, a India também é uma potência atômica com um arsenal modesto em números mas poderoso o suficiente para varrer o Brasil do mapa.

--X--

Apesar do papel importante que o R&AW possui na proteção dos segredos e poderio indiano, sua existência é quase um tabu sendo pouco mencionado até mesmo na cultura popular - como os filmes de Bollywood. Outro motivo pode ser que eles respondam diretamente ao Primeiro Ministro o que, teoricamente, pode fazer com que os interesses da agência não necessariamente reflitam os interesses do povo como outros gostam de apontar.

--X--

Operativos oriundos do R&AW recebem treinamento americano, britânico e israelense e isso já nos diz alguma coisa. Provavelmente os instrutores do SAS devem aumentar o tempero no frango ou algo assim para torná-los mais resistentes a torturas, posso supor.

Apesar das críticas de muitos relacionadas à corrupção e ineficiência, como em qualquer outra agência, e eu acredito que quem telhado de vidro jamais deve atirar pedras no dos outros, o R&AW é um dos principais canais aliados de combate ao terror tendo desarticulado vários gruipos de radicais islâmicos em seu território e, as pesquisas confirmam, ajudaram a diminuir a violência nos últimos anos. O R&AW também mapeia campos de treinamento da Al-Qaeda no Afeganistão e no Paquistão para os Estados Unidos com mais eficiência do que os serviços secretos dos próprios investigados. Recentemente, seus operativos conseguiram salvar o ex-presidente de um assassinato iminente. O ex-presidente do Paquistão.

--X--

Então, da próxima vez que resolver ir ao McDonald's em Nova Delhi porque não suporta comida com muit especiaria, lembre-se que o R&AW está de olho em você... peça um McFish.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Contos de Espionagem



Capítulo 7 - Brinquedos Para Crianças Grandes

A ducha quente da adequada suíte do Tulip Hotel não podia se comparar àquela que instalara em seu apartamento em Londres ou de sua casa de campo no interior, mas mesmo assim Jåµë§ ßønd sentia-se satisfeito em finalmente estar confortável e poder livrar-se das roupas que estava nas últimas 16 horas. Por mais que adorasse a primeira classe aquele leito ainda era, no final das contas, um cubículo de pouca privacidade e liberdades pessoais. 

Mesmo não estando em sua melhor disposição pelo fuso horário, o banho revigorara uma boa parte de seu ânimo. Secou-se muito rapidamente e vestiu seu próprio roupão que trouxera de casa o que lhe fazia sentir como que vestindo um pouco de seu lar. Verificou o frigobar e encontrou uma aceitável vodca, a seguir escolheu um copo apropriado e serviu-se alguns dedos do líquido incolor. Não se interessava particularmente pela dúvida de sua origem (polonesa ou russa) mas neste momento abençoava quem quer que a tenha engarrafado. 

Depois de um longo gole serviu apenas mais uma dose e caminhou até a cama onde escolhera roupas limpas  e sapatos, guardou seu relógio Omega e outros itens que certamente não seriam postos à venda no e-bay, cedidos pelo chefe da Seção de Armas e Tecnologia - conhecida pela alcunha de Seção Q

Os longos minutos à disposição das instruções do Quartermaster - cientista-chefe da Seção Q - sobre detalhes tecnológicos só podiam ser menos enfadonhos graças às agradáveis disputas verbais entre ambos e à capacidade de suas invenções. Claro que a impressão era de que apenas ele, ßønd, se divertia do pouco caso com que tratava traquitanas no valor de milhões de libras. 

Ao afivelar o belo relógio, repassou mentalmente a noite anterior, logo após ser instruído por M, quando encontrou-se com o velho Q e tentava imaginar que surpresas o laboratório e sua equipe o esperavam. 

"Agora preste atenção, ØØ7." - disse Q assim que ele o cumprimentou na noite anterior. Carregava um dispositivo em suas mãos que ßønd reconhecera instantaneamente. 

"Um iPhone, Q ?" - comentou - "Receio que alguém já inventou isso."

"Um com um fascinante dispositivo escuta celular de qualquer freqüência ou operadora ? Eu duvido." - respondeu Q. 

"Ah... " - ßønd fingiu bocejar, o que não abalou o Quartermaster - "e como funciona ?" 

"Na verdade, é muito simples. Você aciona este botão aqui, aponte para a direção do alvo que deve SEMPRE estar há uma distância de, no mínimo, 50 metros. Algumas conversas extras podem aparecer, então rotacione o botão para calibrar a freqüência desejada do eletronic serial number da vítima e trave pressionando o botão de baixo. Pronto. "

ØØ7 o tomou de suas mãos e vasculhou a área ao redor... o som cacófato de algumas pessoas surgiu a princípio e ele apontou para a direção do escritório da Srta. Moneypenny. Após sintonizar por alguns momentos soltou um leve riso. Diante do rosto aborrecido de Q, ele desconectou o fone de ouvido e procurou por um computador com caixa de som. 

Ao conectar o fone, aumentou o volume, assustando a todos no recito e provocando torrentes de risos a cada parte do íntimo diálogo : 

" ... mas, Penny, não me diga que ainda não foi pra cama com ele ?! Isso é um desperdício. " - uma voz levemente estridente precedeu a melódica voz de Moneypenny. 

"De fato, Jillian, mas se me perguntasse eu lhe diria que nem preciso leva-lo para cama. A minha mesa do escritório já suportaria nosso peso !"

"Penny, sua sem vergonha... "

Q saiu de sua surpresa e arrancou abruptamente o fone. 
ßønd não deixou por menos : " Tem razão, Q, é fascinante ! "
"Quando você vai crescer, ØØ7 ?" - respondeu. 

Dando-lhe as costas momentaneamente, o velho armeiro buscou dentre suas em sua prateleira um outro aparelho para demonstrar. Quando verificou que estava seguro mostrou a ßønd. 

"Vamos voltar ao trabalho... olhe bem isto." - e entregou em mãos. 

ßønd analisou o aparelho muito seriamente, contornando e sentindo com os dedos. Pareceu desistir de adivinhar. 

"Suponho que isto seja um... pen drive ?"

"Muito bem, ØØ7 ! Pelo visto, resolveu realmente se juntar a nós no século XXI. É um pen drive com capacidade de 250GB de informação e é preparado para armazenar quaisquer dados armazenados com 1024bits de criptografia. Em todo o caso, se houver interceptação, há uma opção interessante. "

Fez uma pausa dramática. 
ßønd resolveu lhe dar uma colher de chá. 

"E qual é ?"

"Esta trava aqui do lado fará com que se autodestrua em cinco segundos. "

"Ora, eu vi este filme. Dizem que vão filmar a parte 4."

Q sorriu de lado pela primeira vez desde o início e disse : 
"Apenas este você tem permissão de explodir."

Ambos riram, neste momento. 

Depois, Q puxou do bolso mais duas coisas, como se houvesse esquecido de mencioná-las. 

"Tome, ßønd. O seu relógio acabou de voltar da manutenção. A potência do laser foi ajustada e reduzida mas ainda é suficiente para cortar superfícies como vidro, etc. "

E fez outra pausa, seguida de um muxoxo, ao entregar o último item. 

Mesmo agora, em seu quarto de hotel, muitas e muitas horas depois destes momentos, ßønd brincava entre as mãos o passe para o mais precioso aparelho já construído pela Seção Q

Checou seu visual uma última vez no espelho, depois de totalmente vestido com seu costume Brioni azul escuro, sem gravata e seus sapatos mais confortáveis de couro negro. Telefonou para a recepção, ditando todas as instruções necessárias e demandas para as próximas horas. Trancou a porta do quarto e chamou o elevador. 

Ao descer na avenida à beira-mar, percebeu a eficiência com que seu pedido ao manobrista havia sido atendido. Entregou seu passe a ele, que lhe entregou a chave personalizada do estupendo Aston Martin DBS, todo negro, estacionado agora à sua frente. Chegara primeiro que ele por avião de carga, não sujeito à atrasos ou desvios. 

Ao sentar-se no banco do motorista, lembrou-se das últimas palavras trocadas com Q, quando se despediram em Londres. 

"Este é o mais despendioso que já produzimos, ßønd. Mísseis stinger. Carroceria eletrificada. Armas detectoras de movimento. Uma bateria maior para sistema de camuflagem invisível. Todos os acessórios anteriores num só carro. O poder de fogo dele rivaliza com nossos melhores tanque de guerra. Custou 50 milhões de libras, ØØ7."

Ao notar que ßønd nada dizia, finalizou : 
" NÃO. DESTRUA. ESTE. "

"Vou cuidar dele como se fosse meu, Q."
"É disso que eu tenho medo, ØØ7"

A lembrança desta última frase dita o fez sorrir, se ajeitar no delicioso assento do Aston Martin e arrancar gastando seus caros pneus, partindo velozmente para seu compromisso com Sarah Bat-Seraph. 

Fim do Capítulo 7

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Coisas Sobre o Mossad Que Você Não Sabia...

O serviço secreto de Israel está sempre de olho no Brasil porque... 1) temos mulheres mais bonitas e menos narigudas que as de lá, 2) se comerem porco e outras iguarias aqui ninguém vai caguetar no Mossad e 3) nosso passaporte costumava ser de fácil obtenção no mercado negro e ainda mais fácil de falsificar.

Afinal, até Jason Bourne tem um e é de Osasco.

--X--

Então, eventualmente agentes do serviço de inteligência israelense visitam as fronteiras brasileiras só pra ter certeza de que nenhum palestino adquiriu uma vontade súbita de conhecer nosso Pantanal após algum atentado por lá. Nunca encontraram nada... que se tenha ocorrência registrada.

--X--

Se o Mossad tivesse sido treinado pela antiga CISA (Centro de Informações da Aeronáutica), boa parte dos seus problemas já estariam resolvidos. Nos anos que se seguiram aos atentados do Setembro Negro e a subsequente reação de Israel, vide post abaixo, alguns palestinos tentaram se infiltrar em território brasileiro para arregimentar homens e dinheiro através de sequestro de judeus influentes, atentados a instituições judias, assassinato de empresários e sabotagem de navios cargueiros.

Por receio de que este tipo de atividade fosse prejudicar a ditadura militar, nossos órgãos de repressão caçaram, capturaram, torturaram e mataram tudo que se mexesse e falasse árabe - e não fosse vendedor de quibe. Alguns ex-operativos do CISA ainda devem ter as pás com que cavaram as valas. Isso desencorajou qualquer novo assanho terrorista nos últimos 35 anos.

--X--

Aparentemente, funcionários de embaixadas e consulados são apenas burocratas curtindo trabalhar em novos lugares, novos países. Ou seja, são menos misteriosos e intrigantes do que parecem... mas os responsáveis pelo serviço de segurança interno... esses são todos cascas-grossas de seus respectivos serviços secretos. O de Israel fica alí na Faria Lima, pertinho do shopping, caso queira dizer um "oi".

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Uma Arma às Quartas

Todo turista experiente que deseja viajar e conhecer lugares interessantes e pitorescos tem que ter em sua agenda anotadas as melhores dicas de restaurantes, mirantes mais procurados, guias de glamourosos lugares must-see, museus e, quem sabe, ler o blog.

Pois se o destino do viajante eventual for comprar conflict diamonds para a namorada em Serra Leoa, curtir um cruzeiro de verão na Somália ou tirar fotografias bucólicas dos campos de treinamento abandonados da Al-Qaeda no Afeganistão para decorar o álbum de fotos, saber o que fazer em caso de precisar lidar com imprevistos tais como Granadas de Fragmentação, por exemplo, pode vir a calhar.


"Se a vida lhe der lemmon granades,
faça uma limonada... com inimigos."

Muito populares depois dos recentes ataques a barcos oficiais e de turismo na costa da África, os piratas somalis tem certo apreço por dois tipos de granada... a F1 - lemmon granade, que tem esse nome por motivos óbvios por seu famoso formato e a RGD-5 que não é tão fashion mas tão mortal quanto.

A F1 data da segunda grande guerra, pesa aproximadamente 600g, contém TNT em seu miolo e tem um raio mortal de aproximadamente 30 metros, com estilhaços podendo atingir até 200 metros, segundo relatos oficiais. Outro motivo da popularidade deste dispositivo é a portabilidade para armadilhas {as booby traps}. Seu fusível pode ser ajustado para até 13 segundos.


"Jogaram esse ovo em George W. Bush. E erraram."

A RGD-5, e suas variantes, são relativamente mais modernas {década de 50}, baratas e podem matar uma pessoa a 3 metros de distância da explosão, ou feri-las gravemente em até 15 metros. Estima-se uma média de 350 estilhaços são lançados na periferia, o que é muito. Felizmente, não são lá muito confiáveis e frequentemente não explodem, como em 2005 quando um descontente jogou uma no ex-presidente George Bush. Apesar do pino ter sido puxado, ela falhou. O que foi uma tragédia.

--X--

Das poucas maneiras de se defender de uma granada, não estar por perto quando alguém atirar uma é a melhor delas. Entretanto, caso seu romântico passeio turístico for interrompido por um proto-terrorista que só tinha dinheiro para comprar alguma dessas, e você não tiver uma banheira ou mesa por perto... você só tem uma opção.

Não dê mole ao azar... conte no máximo até 2 segundos desde o momento que viu a granada... use sabiamente este segundos e

1) Pule pro mais longe que puder dela. Óbvio.
2) Jogue-se no chão, de bruços, com pés juntos.
3) Braços junto do corpo mas cobrindo os ouvidos com força.
4) Reze uma Ave-Maria.


Os ouvidos tapados podem impedir que seus tímpanos explodam, deitar de bruços faz com que a planta de seus pés sejam a melhor proteção contra os estilhaços. Provavelmente nada de futebol durante uns meses, mas é melhor do que a outra alternativa.

A Ave-Maria não tem nenhum efeito sobre a granada.
Mas pode fazer você se sentir melhor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Um Serviço Secreto às Terças

Eu sei que você provavelmente viu "Munich", interessante e contemplativo filme de Steven Spielberg, sobre a retaliação de Israel aos assassinatos perpetrados pelo grupo Setembro Negro durante as olimpíadas de 1972. Esta covert ops chamada oficialmente de "Operação Ira de Deus" teve como alvo todos os conhecidos envolvidos e financiadores do ataque. Um a um, os proto-terroristas foram sendo abatidos por operativos israelenses e deixando uma trilha de vingança {justa ou não} pela Europa.

Não foi um evento isolado. Israel ainda usa dos serviços de um dos grupos mais perigosos do mundo, que rivaliza com o SAS Britânico... os Kidon. O nome em hebraico significa "Baioneta", um trocadilho para sua atividade, a meu ver: fria, cortante e precisa.

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Os Kidon são um dos braços do Mossad, o serviço secreto israelense, só que on crack... sua única função hoje em dia no departamento é assassinar ou sequestrar qualquer pessoa quie seja considerada uma ameaça a Israel. Mesmo que alguns possam considerar seus métodos questionáveis, sua eficiência em espalhar o medo nos corações dos inimigos é incontestável. E o medo é um aliado poderoso.

Ainda assim, oficialmente, as decisões sobre vida ou morte não são bárbaras. Funciona assim: o Mossad reúne informação acerca de um indíviduo que precisa ser removido por ser perigoso demais, instável demais ou, à vezes, palestino demais... se é que me entendem. Então isso é repassado a uma corte discreta, onde os participantes nunca chegam a saber quem é o alvo, apenas seus crimes ou intenções. Depois de julgado, tendo inclusive um advogado de defesa, e considerado culpado, a confirmação fica a cargo do Primeiro-Ministro.

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A vida de alguns Kidon não é moleza. Muitos são treinados a falar em árabe (ou farsi), a pensar em árabe, a fazer suas orações diárias, comer e viver como um árabe. Não raro, são confundidos pelas própria IDF como inimigos e morrem por fogo amigo. A taxa de suícidio também é acima da média pelos distúrbios psicológicos da total dissociação de sua persona com a que tem que viver.

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Ainda assim, o Kidon não é infalível como seu Deus gostaria que fosse. A lista conhecida de inimigos chega a muitas dezenas porém a de alvos errados não é exatamente publicada. Um dos poucos casos famosos é o de Ahmed Bouchiki, morto por ter sido confundido com o possível líder de uma célula do Setembro Negro em 1973.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Contos de Espionagem



Capítulo 6 - Um Conto de Duas Cidades

"Sabe, Jåµë§... por um momento pensei mesmo que fosse me executar..." - Sarah Bat-Seraph abria largos sorrisos ao lembra-lo da momentânea aliança forjada entre os serviços secretos de seus países. Estavam agora numa pequena cafeteria próxima às escadas rolantes do aeroporto, esperando seu contato.

"Se eu quisesse você morta, teria colocado uma bala na agulha da pistola." - a arrogância dele, poderia se dizer, rivalizava com dela.

"E se eu quisesse você morto, não o teria deixado com um cantil e uma faca ao norte de Tajrish, teria ?"

ßønd calou-se. Sabia que tudo fazia parte dos riscos da profissão. O que o incomodava mais não eram algumas horas escapando do calor e dos perigos do deserto, mas sim - ter sido deixado vivo e inteiro.

Os minutos se passaram entre goles café, que ele apreciava apesar de sua origem (sua preferência por chá) e conversas profissionais. Cruzavam seus olhos dezenas de passageiros indo e vindo de seus compromissos e passeios. Alguns nativos e outros estrangeiros. O toque do telefone público os deixou alerta novamente. Se tudo corria como o plano, seu contato avisava de sua chegada ao aeroporto.

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O gemidos de Sarah eram semelhante ao ronronar felino. Baixos, mas carregados de um sentimento de entrega e de conforto. Sua pele muito branca agora toda marcada e arroxeada pela força dos dedos de ßønd, que a segurava firmemente em todas as posições que a desejava.

Ele a empurrou contra a parede de seu quarto, dominando-a e beijando-a sofregamente. Sarah suspirava um pouco a cada estocada mais forte, às vezes de êxtase, outras de dor por ser duramente invadida. Mas para Sarah ambas as sensações lhe eram prazerosas. Com esforço, entrelaçou suas pernas às costas dele e deixou-se levar pelo momento.

Não se preocupavam com vizinhos de quarto, ou transeuntes nos corredores. Importavam-se apenas em apagar o fogo iniciado desde o momento em que se encontraram, há poucos dias em Teerã.

Para isso, a música do mp3 player ligado a uma caixa de som fora posta em alto volume.

--X--

ØØ7 atendeu ao telefone público. Usou sua identificação-padrão e seu código de acesso ("Predador"). Depois de alguns segundos ainda não ouvira qualquer som quando uma voz modulada surgiu.

"Há um táxi esperando por vocês na saída. Em 30 minutos serão levados ao saguão do meu Hotel. Somente aqui, em segurança, poderemos discutir nosso plano de ação. Use seu código de acesso com o motorista."

ßønd repassou a mensagem para Bat-Seraph que apenas acenou com um menear de cabeça. Já esperavam este tipo de recepção, pois contatos internacionais sempre temem ser desmascarados e sua utilidade perdida. O que significava para eles, muitas vezes, a perda de uma considerável mesada em dinheiro vivo ou - em algumas situações - uma morte súbita e acidental.

Levavam cada um sua bagagem agora pouco se falando, ambos no piloto automático de sua profissão, e descendo o pátio do aeroporto notaram a movimentação sutil de um homem uniformizado. Ele se aproximou, assim como vários outros que ofereciam seus serviços, mas ao contrário dos demais gritou : "Você tem um fósforo ?".

ßønd sorriu e respondeu : "Eu prefiro um isqueiro." - e puxou seu antigo Dupont, presente de seu velho amigo Felix Leiter.

"É ainda melhor !" - falou o homem.

"Até eles falharem" - sentenciou ØØ7.

Era o código para reconhecerem um ao outro. Bat-Seraph estava muito séria e ele sabia que suas mãos macias estariam de encontro à uma arma certamente e vasculhando possíveis saídas do ambiente. Agora com o reconhecimento feito, a tranqüilidade voltara ao seu rosto quando ßønd abriu a porta para que ela se acomodasse no banco de trás.

Ele sabia como sua mente trabalhava, afinal, espionaram-se durante algum tempo, há bons tempos atrás, num outro lugar.

--X--

Jåµë§ segurava a mão de Sarah e a levava por todos os recantos de Teerã,tentando impressiona-la com seu conhecimento ímpar de alguns bons lugares na cidade que guardava pequenas surpresas para os turistas.

Jåµë§ não sabia o quanto podia postergar estes bons momentos. Deveria escolher a hora de finalmente serem honestos sobre os motivos de estarem ali. Não era para ser assim, mas ele não resistira aproximação quando a vira pela primeira vez, em fotos, no escritório de M. Claro que ela também já saberia, pois segundo seu relatório uma pessoa com seu nível de comprometimento - ainda que judia - possuiria muitos amigos. Até mesmo no Irã recém livre de Khomeini.

Então, ela também aceitara o logro.

Possivelmente, estiveram até então brincando um com outro e tentando arrancar informações sorrateiramente, numa disputa inaudita onde o prêmio seria levar a maior quantidade de informações para casa. Infelizmente, este tipo de aproximação não seria bem vista por nenhuma de suas agências.

Logo após o jantar, decidira acabar com a deliciosa encenação. Ficara em silêncio durante quase todo o encontro, apenas aproveitando a visão de seus olhos azuis refletindo a iluminação. Quando ela recusou a sobremesa, deixou alguns dólares americanos sobre a mesa e a levou para passear pelas ruas próximas.

"Então é aqui que nos despedimos" - ela disse quando parou muito repentinamente.

"Sim. Mas nos encontremos num outro lugar, em outros tempos." - ele respondeu, ciente do que ela realmente queria dizer e certo do que viria a ser discutido após.

"Na verdade, ØØ7, será pela manhã" - e se afastou.

A surpresa não veio pela comprovação de que ela sempre soube sua identidade, ou pela afirmação incisiva. Foi seu tom de voz que se alterou completamente como uma atriz que deixou de simular um sotaque ou um andar diferente. Quando a seringa penetrou seu pescoço e uma poderosa mão encobriu sua boca, percebeu que a hesitação em reagir a isto lhe custara caro. Muito caro.

--X--

"Porque você está aqui, Sarah ?" - ßønd perguntou rispidamente, dentro do táxi que os levava do aeroporto de Guarulhos para a zona sul da cidade de São Paulo.

"Pensei que fosse para salvar o mundo, como de hábito." - ela respondeu de uma forma que aos ouvidos dele nem mesmo pareceu uma ironia. O que era sua profissão que não uma maneira de tornar os seus mundos mais seguros?

"Por que especificamente você ?"

"Acho que nossos empregadores consideraram nosso passado em comum útil, uma vez que estudamos bem o perfil um do outro. Sabemos quem somos e o que antecipar."

"Ah, hoje eu realmente sei o que esperar de você. Tenho as marcas para provar." - ele brincou, falsamente não demonstrando o rancor.

"Eu gosto de ser inesquecível na vida de alguém."

Ele olhou para suas pernas educadamente cruzadas e ela percebeu escondendo uma pequena cicatriz na sua patela. Pareceu antever o que ele diria.

"Eu também sei fazer isso, como você pode lembrar. Seu joelho dói em noites frias ?"

Ela sorriu um tanto sem graça.

O táxi finalmente chegou ao local combinado quando ele saiu, deu a volta sutilmente pela traseira e abriu a porta para que ela saísse. Estendeu sua mão em cortesia no que ela aceitou. O motorista se retirou sem pedir pagamento ou gorgeta. Antes de cruzar a porta de entrada do elegante estabelecimento, ela segurou pela gravata impedindo que ele avançasse e disse.

"Espero que não tenha esquecido o sabor disso." - e o beijou na boca por muito tempo. Ele gostaria de resistir mas a este tipo de tortura era incrivelmente vulnerável.

--X--

A figura de boina clicava quase que aleatóriamente a paisagem. Esperava a chegada de um táxi que, quando finalmente chegou, desembarcou um casal que pareceriam uma comissária de bordo e seu acompanhante. Um inglês e uma israelense, segundo informaram.

Ao aproximar o zoom da poderosa câmera, de longe ela pareceu reconhecer um dos alvos. Guardou a câmera depois de registrar um súbito beijo e assistir o pretenso casal atravessar o hall do Golden Tulip Hotel.

"Que mundo pequeno..." - pensou enquanto telefonava de seu celular para seu líder - " ... realmente pequeno."

Fim do Capítulo 6

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Arquivo Confidencial

Para aumentar a visitação, nada como uma foto de mulher pelada para os leitores. Se a mulher pelada em questão for a cantora Rihanna, talvez até eu ganhe uns seguidores do R&B... elas podem ser encontradas aqui para apreciação pública.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Uma Arma às Quartas

Você nunca sabe quando visitas inconvenientes podem aparecer na sua casa sem, ao menos, avisar. Para evitar ser pego de surpresa, um cavalheiro que se preza tem que estar sempre preparado.


"Say hello to my little friend!"

Vejam o caso de Tony Montana {a.k.a Scarface}; quando dezenas de assassinos a mando de um traficante colombiano resolveram aparecer bem na hora da ceia e justamente no meio de uma discussão familiar, ele não teve dúvidas... sacou logo para suas mãos um modelo de Rifle de Assalto M16 tunado com um m203, lançador de granadas, e resolveu a parada.



Este instrumento é a versão do exército americano do Armalite-15 {ak.a. AR-15}, aquele muito popular entre narcotraficantes brasileiros mais pela aparência similar do que pelo poder ou eficiência. Possui calibre 5.56mm, ar-refrigerada, capacidade de 700 a 900 rounds por segundo e alcance efetivo em torno de 500m. Vem sendo adotada pelos EUA desde 1964 até presente, com as devidas atualizações {pessoalmente, eu prefiro a M4}.



Com a adição da simpática m203, de munição 40mm e alcance efetivo de 150m, esta combinação permite que você receba seus convidados e penetras de maneira eficiente e comovente atingindo seus corações profundamente {à longa distância} ou fazer com que eles explodam de emoção {à média distância}.

Nunca mais passe o constrangimento de ter apenas o mesmo velho revolver de sempre que, asim como seu jogo de jantar de solteiro, não serve a mais de 6 pessoas.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

COVERT OPS | by øø7

Espionagem. Estratégia. Etiqueta para o dia-a-dia.

Num espaço comprimido, porém lotado, é muito fácil ser furtado. Em calças sociais alguns cortem facilitam uma retirada quase sem se sentir da sua carteira ou celular. Golpe muito comum no Centro do Rio de Janeiro. Em casos assim, eu recomendo andar com ambas as mãos nos bolsos todas as vezes que entrar em passarelas, terminais ou atrafessar ruas de avenidas comerciais.

Você mantém o look cool, descolado, despreocupado da vida e impede qualquer tentativa furtiva de um batedor de celular carioca.

sábado, 2 de maio de 2009

Contos de Espionagem



Capítulo 5 - Apenas Uma Velha Amiga

A visão da janela do avião intercontinental àquela hora tardia proporcionava acima de tudo um espetáculo impressionante mas também a promessa de uma noite tranqüila. A paisagem de cores quentes não excitava os sentidos como deveria, e sim, dava-lhes a oportunidade de apreciar um cenário que no dia-a-dia não se buscava o tempo para contemplar.

Jåµë§ ßønd se permitia a este ponto de sua carreira o melhor do conforto. Os poucos conhecidos com quem ainda mantinha algum contato social e mesmo algumas das mulheres de seu passado consideravam seus gostos esnobes e pedantes. Às vezes, quando se deixava levar pelos comentários, ele costumava dizer-lhes que apenas vivia o dia como se fosse o último. Os risos condescendentes ou de incredulidade que recebia em troca não levavam em consideração o segredo que nem mesmo May, sua fiel governanta, sabia com certeza.

Na sua profissão, todo dia poderia ser o último de sua vida.

Ainda não abrira o relatório que M lhe entregara ao sair de sua confortável sala no MI6 logo após enviá-lo em mais um serviço especial ao redor do globo. Apenas pediu mais uma taça de Martini, enquanto se recostava comodamente na sua cadeira localizada na primeira classe. "As coisas que faço pelo meu país " - riu-se ironicamente. Os seus dedos deslizavam, sentido a rigidez do envelope bege contendo algumas instruções da missão que não haviam sido discutidas no encontro com Faishad Al-Haud. Provavelmente porque nem mesmo ele, que tornara esta investigação possível, poderia saber do desenvolvimento do curso de ação.

Finalmente a curiosidade e a longa viagem o venceram e começou a ler os documentos. A leitura era em quase toda maçante, com uma lista de possíveis contatos, pontos de interesse dos envolvidos e uma indicação de possíveis suspeitos. A voz de M ecoou no seu pensamento:

"Como bem sabe, ØØ7, o passaporte brasileiro é vendido a peso de ouro no mercado negro. Sua população é formada por uma interessante mistura de gêneros e raças sendo praticamente impossível afirmar - sem a devida verificação - se o suspeito pertence àquela comunidade ou não. Para tornar tudo mais complicado, o documento é relativamente simples de falsificar nas mãos de alguém que saiba o que está fazendo. O governo do país vêm prometendo utilizar novos métodos que dificultem futuras fraudes mas até o momento as contínuas ocorrências são preocupantes. "

"E o passaporte do assassino é nossa única pista palpável ?" - ele respondera.

"Sim, infelizmente." - ela disse secamente - "mas nossos maiores especialistas afirmam que o documento foi forjado há menos de 48 horas, provavelmente feito às pressas, o que nos dá uma vantagem a mais. O estilo e método do falsário combinam com modus operandi de Mohammad Ibn Batut. Mas ele está preso numa cela brasileira esperando julgamento. "

"E como eu terei acesso a ele ?"

"Enviaremos alguém para lhe ajudar nesta operação. Vocês se encontrarão no aeroporto internacional do Rio de Janeiro pela manhã."

ØØ7 avançou algumas páginas do relatório para saber o nome do agente enviado mas achou apenas um codinome : Sabra. Ao lado dele a frase senha para o contato.

Esta palavra de alguma forma lhe era familiar. Talvez alguém com quem trabalhara no passado ?

Quase não descansou durante todo o início da noite planejando suas ações nas horas que seguiriam o seu desembarque em São Paulo, formulando inclusive possíveis rotas de fuga e repetindo todos dados necessários para o seu disfarce. Quando o sono o alcançou, seus sonhos envolviam olhos felinos e pele muito branca. Podia jurar que sentia um odor de frutas enquanto corria atrás de uma figura de mulher que se afastava cada vez mais dele.

Acordou com o aviso do piloto de que iriam desembarcar em minutos. Uma idéia brilhou em sua mente e a ferramenta certa para talvez descobrir um mistério estava a seu alcance, mais especificamente no bolso interno de seu blazer.

Ligou seu potente celular, modificado segundo algumas especificações da Seção Q, e rodou um navegador de internet adaptado para dispositivos móveis. Através de uma ferramenta de busca pesquisou o nome que desejava. Em poucos segundos uma lista de possibilidades apareceram em sua pequena tela.

Sabra poderia ser o nome de uma companhia de automóveis. Poderia ser também um tipo de chocolate. Descendo a lista de possibilidades uma fez seu sangue efervescer.

"Sabra é o nome para descrever judeus nascidos em Israel." - leu em voz baixa. Agora tudo fazia sentido. Há muito tempo esperava por uma oportunidade de reencontro e seu coração acelerou. Neste momento, percebeu a figura de uma comissária de bordo ao seu lado e uma voz doce e calma de leve sotaque :

"Neste vôo não permitimos celulares ligados, senhor "

ØØ7 olhou para cima e seus dentes pareceram estalar ao ranger. Uma mulher de cabelos negros bem curtos e pele apenas adequadamente bronzeada, quase tão alta quanto ele, de olhos azuis frios mas belíssimos o fitava com desdém e soberba. Era ela, finalmente, depois de tantos anos.

" Bat-Seraph" - ele balbuciou.
"Por favor, me chame de Sarah." - ela respondeu polidamente - "por favor, pode me acompanhar ?"

Ele se levantou com movimentos ágeis e ficou à altura de seus olhos azuis acidentalmente ficando a poucos centímetros de sua boca deliciosamente pequena e indecente: "Certamente... Sarah."

A voluptuosa mulher o conduziu até uma sala privada na parte traseira da embarcação e ßønd se certificou de que ninguém os notara... ou seguira.

Ao adentrar o pequeno recinto, Sarah Bat-Seraph lhe entregou uma bagagem de mão e o encorajou a abrir.

ØØ7 destravou o fecho da pequena mala e sorriu satisfeito ao ver sua pistola Walther P99, 2 clips extras de munição e um silenciador adaptável.

"M achou que isto poderia ser útil".

Ao verificar a trava, ele displicentemente carregou a pistola, anexou o silenciador e respondeu à bela mulher :

"Sim. Chegou em boa hora."

Como um raio, trancou a porta da cabine e com a mesma mão esquerda cravou todos os dedos no pescoço fino de Bat-Seraph empurrando-a numa parede e encostando com força o cano do silenciador embaixo de sua mandíbula. Ela não esboçou a menor reação para a sua surpresa.

"mmmmmm...Isto é jeito..mm.. de tratar uma aliada ?" - as poucas palavras que pôde recitar.

"Talvez eu devesse estender a mesma cortesia que me ofereceu, quando me traiu, drogou, torturou durante dias e me deixou para morrer em Teerã, o que acha ?" - disse num misto de sarcasmo e raiva.

" Era apenas o meu dever e eu sou muito boa no que faço. "

" E eu sou o melhor no que eu faço." - destravou a pistola e em seguida apertou o gatilho.

Fim do Capítulo 5
 
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